É maquinal....é rotina, já sei. Levanto-me às pressas, sem saber o que me espera, parto para mais um dia ao acaso.
Sento-me no carro, rodo a chave e ligo o rádio...a música também é a mesma. O caminho de sempre, os encontros habituais, o "Bom Dia" do costume...entro. Aqui fico.
A minha mente tem o discurso preparado, sabe as palavras, sabe a teoria. No fim, se calhar a monotonia não é má, porque aguarda aquele momento especial...recebe-o com surpresa, de braços abertos...dá valor!
Não quero ser retrospectiva...nem tão pouco só olhar o horizonte do futuro. O dia-a-dia é que conta, é esse dia em que vivo agora, é o dia que importa, é o dia em que posso transformar o de amanhã. Sem hoje, não há mais nada....Enquanto hoje for bom, aproveito.
Mas definho....na busca de mais. Quero tanto que me perco em minhas ânsias! Que quero?! O que quero parece impossível, é água que escorre entre os dedos, que me deixa sem ar. Vou apanhando os pedaços de meu coração, deixei-os perdidos no caminho. A estrada está diferente agora e deixou-os mais atentos...Colo aqui, no peito, e estou diferente.
Amanhã. Acordo. O telemóvel toca insistentemente para que abra os olhos. Levanto-me ao primeiro toque como se um rouxinol cantasse ao meu ouvido: hoje é que é o dia...agarra-o!